10/05/2000
LEVARAM MEU PONTOCOM
Agência RBS
Paulo Roberto Falcão, um dos jogadores de futebol mais importantes da década de 80, e o cantor brega nordestino Falcão têm um problema comum: nenhum dos dois é o proprietário do domínio www.falcao.com.br. O endereço foi registrado por uma Casa de Carnes de São Paulo. Para criar a sua página na Internet, o cantor recorreu à extensão net (www.falcaonet.com.br). O ex-jogador, que não tem site na Internet, terá que pensar em outra fórmula, enquanto reclama da pirataria de marcas.
Na lista dos que perderam o direito ao domínio natural (www.nomedaempresaoudapessoa.com.br) estão ainda os dois maiores times de futebol do Estado, o Grêmio Foot-ball Portoalegrense e o Sport Club Internacional. O www.grêmio.com.br pertence a um portoalegrense que registrou o domínio ainda em 1998. No caso do Internacional, o www.scinternacional.com.br está nas mãos de um gremista, o estudante Juliano Primavesi. Para registrar um domínio na Internet, sem ter que pagar por eles, os dois clubes recorreram a pequenas alterações no nome. Na rede, o Grêmio pode ser encontrado no www.gremio.net e o Inter, vai colocar um site no endereço www.internacional.com.br.
A disputa por endereços Internet está cada vez mais aquecida. Pessoas famosas, empresas e entidades estão recorrendo à Justiça para recuperar o direito de usar os seus nomes no ciberespaço. Ainda este mês, a Justiça deu ganho de causa para a Ayrton Senna Promoções e Empreendimentos, em um processo contra o Laboratório de Aprendizagem Meu Cantinho, uma escola infantil de Curitiba que havia registrado o endereço www.ayrtonsenna.com.br com o propósito de criar uma página em homenagem ao piloto falecido.
Esse não foi o primeiro problema da Ayrton Senna Promoções e Empreendimentos com fãs ardorosos e cibernautas empreendedores. No Brasil, a empresa já entrou na Justiça contra uma firma de Belo Horizonte, que registrou o endereço www.asenna.com.br para vender produtos para automobilismo, e contra o gaúcho Valter Senna, ex-dono do domínio www.senna.com.br.
– O site do gaúcho continha links para páginas pornográficas, e nós entendemos que isso estava denegrindo a imagem da família do Senna, conhecida em todo o mundo – conta André Medrado, advogado da Ayrton Senna Promoções e Empreendimentos.
Além dos brasileiros, ingleses, holandeses e argentinos usaram o nome do piloto em domínios na Web. Os responsáveis foram notificados, mas como se tratavam de sites em homenagem ao piloto, puderam manter os endereços desde que colocassem links para a página oficial.
Casos como estes são apenas amostras, muito pequenas, da corrida desenfreada por um endereço na Internet. A situação no Brasil, embora não aconselhe acomodação, está muito melhor do que em países como os Estados Unidos, por exemplo. Lá, as negociações por um endereço na rede atingem cifras que ultrapassam os US$ 100 mil.
