por Adelson Luna

Na década de noventa o pop-rock nacional amadureceu e ganhou identidade própria. Hoje, muito mais que nos anos oitenta, é possível se dizer que já temos uma verdadeira Música Pop Brasileira. Um dos representantes mais significativos dessa "nova MPB" é o mundo livre s/a. No ano passado, a banda lançou o seu terceiro CD, "Carnaval na Obra", pela Abril Music www.abrilmusic.com.br, cujo resultado final levou o grupo a ser considerado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte como o melhor do Brasil em 1998. Nesta entrevista, Fred Zero Quatro (vocal, guitarra, cavaquinho e principal letrista), 36, conta em detalhes, toda a trajetória do mundo livre, as influências, os primeiros shows, a "pré-história" do manguebit, denuncia o esquema de "quase corrupção das grandes gravadoras" e defende a pirataria de CDs. Confira, também, os músicos preferidos de Fred.

Manguenius - Como surgiu o seu interesse pela música?
Fred 04 - Desde muito cedo, minha mãe e outros familiares já percebiam o meu interesse. Eu costumava imitar artistas da jovem guarda, tocava vassoura como se fosse uma guitarra e gostava de inventar paródias relacionadas a coisas que aconteciam em casa. Então, minha mãe decidiu que eu deveria aprender a tocar piano. Tinha, mais ou menos, uns sete anos quando comecei a ter aulas com uma professora particular - daquelas senhoras solteironas que ensinam na própria casa. Cheguei a dar "concertos" para pais e mães e lia até partitura (não lembro de porra nenhuma hoje em dia...). Com nove anos, tive uma hepatite que me deixou uns três meses de cama e aí usei a doença como pretexto para a abandonar o piano. Não gostava do método da professora e das músicas antiquadas que tinha que aprender.

1
2
3
4
5
6